sexta-feira, 27 de junho de 2008

Os Benefícios do Jejum

Isaías 58.6-12

Há duas semanas, nós tivemos uma convocação geral para um jejum de quarenta dias. Contudo, nem todas as pessoas se dispuseram a jejuar. Cada uma tem a sua razão: algumas decidiram não jejuar por comodismo, outras por pensarem que não há necessidade e ainda outras por acharem que a responsabilidade não é delas. Mas, eu percebo que a maior parte dos crentes decide não jejuar porque não sabe qual é, verdadeiramente, a finalidade no jejum. Talvez você seja uma dessas pessoas! Você não sabe porque razão você deve jejuar nem os benefícios que pode haver na prática do jejum. Essa resposta você vai encontrar em Isaías 58.6-12. Esse é um texto maravilhoso sobre o jejum. Em todas as suas palavras Deus nos está convidando a praticar o jejum. Por que?

O jejum traz para a cidade uma nova prática nos negócios (versículo 6)

Deixe-me explicar melhor: as pessoas têm um pensamento equivocado acerca do jejum. Elas pensam que é simplesmente ficar sem comer ou beber, mas não é só isso. Se o jejum da pessoa se resumir apenas ao ficar sem comer e beber, isso será somente uma dieta e talvez o único benefício que a pessoa vai ganhar sejam alguns quilos a menos.

O jejum vai além do ato de não comer e beber. Ele necessariamente leva o coração da pessoa a ser tocado por Deus. Quando o jejum é praticado, algumas transformações acontecem no coração da pessoa. Ela começa a experimentar mudanças que afetam toda a sua vida e, conseqüentemente, a vida das pessoas que estão do seu lado. É inevitável que as mudanças ocorram. Uma das mudanças é a que lemos no versículo 6 de Isaías 58, que diz que o jejum não é “soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e romper todo o jugo”. Isso que é jejum; é mudança de postura.

Isso significa que quando você pratica o jejum, você sente o desejo de não mais explorar as pessoas, de não mais reter o dinheiro que é do seu empregado, de não mais ganhar dinheiro às custas do mais pobre, do menos capacitado ou do menos habilitado no mundo dos negócios. Quando você pratica o jejum, você sente o desejo de ser honesto com os seus empregados, com os seus clientes, com os seus sócios e com todas as pessoas que vêm até você. Isso traz benefícios às pessoas que estão do seu lado, e, conseqüentemente, à sua cidade, que é abençoada com o seu jejum!

O jejum traz para a cidade uma nova prática da solidariedade (versículos 7,10)

O jejum é, sobretudo, uma tomada de postura para com o próximo. Se isso não acontecer, então não é jejum o que você está fazendo, pois ele necessariamente leva você a ficar mais solidário com o outro. Você quer saber se ele está bem, se a sua família está gozando saúde, se ele tem comida dentro de casa, se os seus filhos estão bem agasalhados, se ele precisa de alguma ajuda. O jejum é aquele que leva você a sair do seu mundo para entrar no mundo do outro a fim de ajudá-lo.

É isso que Deus fala sobre o jejum no versículo 7: “Não é partilhar sua comida com o faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda ao próximo?” O jejum arranca do coração do homem aquela mentalidade individualista que o faz viver preso no seu mundo, pensando somente nas suas coisas e cuidando apenas dos seus interesses – natureza egoísta e abominável a Deus. O jejum faz a pessoa perceber que ela não está sozinha no mundo e que existem outras pessoas com as quais ela pode se relacionar. E é por isso que o jejum abençoa toda uma cidade. Pense em você, crente, ajudando uma pessoa e depois, num segundo, saindo do próprio mundo; e um terceiro se libertando do egoísmo; e em dez pessoas fazendo o mesmo, cem, mil, duas mil, cinco mil, dez mil crentes que decidem jejuar! Todas essas pessoas vão abandonar o egoísmo, vão sair do próprio mundo, vão buscar a solidariedade, vão trazer bênção para a sua cidade!

O jejum traz para a cidade uma nova prática na justiça (versículo 9)

Dentre as bênçãos que o jejum traz para a cidade está uma nova prática da justiça. Como assim? Um dos problemas que estava acontecendo no meio do povo de Israel eram os julgamentos injustos. Geralmente, as pessoas que tinham melhor posição social eram as pessoas que sempre levavam a melhor. Isso porque elas conseguiam comprar as autoridades com a sua influência ou com o seu dinheiro. O caso de Nabote é um exemplo típico dessa situação (I Reis 21).

Nabote tinha um terreno que o rei queria comprar. Como Nabote decidiu não vender o terreno, a rainha o difamou e arranjou uma situação com os juízes, que se deixaram influenciar, injustamente condenaram Nabote e o mataram por apedrejamento. Infelizmente, essa é uma situação muito comum em nosso país. Constantemente, nós lemos nos jornais sobre casos de vendas de sentenças judiciais, de compra de favores, de fraude em licitações, de desvio de dinheiro e de corrupção de autoridades.

Por isso o jejum se faz tão necessário. Ele não é simplesmente abstenção de alimentos; é mudar as disposições pecaminosas do coração. Jejuar é arrancar do coração o desejo de poder, status e posição social; é arrancar do coração a disposição de corromper as autoridades em troca de vantagens; é tirar do coração o desejo de subornar o guarda de trânsito para não levar a multa; é reconhecer os próprios erros e deixar de protelar o pagamento da dívida; é sair do comodismo e se envolver na luta pela justiça na sociedade; é deixar de ser indiferente e votar com consciência nas próximas eleições. Jejuar é tomar uma postura de promovedor da justiça. Nas próprias palavras do profeta, o jejum levará você a “eliminar do seu meio o jugo opressor, o dedo acusador e a falsidade do falar”. E, sem dúvida, essa mudança só redundará em benefícios para toda a cidade – e para você também.

O jejum traz para mim a certeza de uma vida saudável (versículo 8, 11b)

O versículo 8 diz que quando você jejuar, mudar as suas posturas e começar a abençoar as pessoas e a sua cidade, então “a sua luz irromperá como a alvorada, e prontamente surgirá a sua cura”. E como está no versículo 11: “O Senhor fortalecerá os seus ossos”. Essa é a primeira bênção pessoal que Deus lhe garante quando você jejua: a certeza de uma vida saudável.

Talvez você seja uma pessoa que tem vivido uma vida doente. Não estou falando apenas de uma enfermidade no corpo, mas também na alma. O seu coração está doente; ele já não consegue mais experimentar a alegria. Ainda que você ande por vários lugares, passeie em shopping centers, compre em muitas lojas, assista às novelas, viaje por diversos lugares, converse com várias pessoas, você não consegue encontrar a alegria. Você é uma pessoa triste e a sua tristeza tem se tornado tão intensa que o seu corpo já está, inclusive, sofrendo com essa situação: dores de cabeça, problemas no estômago, dificuldades com os rins e outras situações de enfermidade.

Mas o Senhor lhe faz uma promessa. Ele garante que, se você jejuar, Ele mesmo irá transformar a sua vida. Deus irá fazer a sua luz brilhar nas trevas: Ele irá transformar a sua tristeza em alegria, o seu desespero em esperança, o seu desânimo em força, a sua enfermidade em saúde e a sua morte em vida. Deus promete para você uma vida saudável. Ele mesmo “fortalecerá os seus ossos”.

O jejum traz para mim a certeza de um caminho seguro (versículo 8, 11)

Mas a vida saudável não é o único benefício do jejum. Nos mesmos versículos o Senhor ainda faz outras promessas. Ele diz ainda que, quando você jejuar, “a sua retidão irá adiante de você, e a glória do Senhor estará na sua retaguarda”.